A Plagiocefalia é um tipo de assimetria que acontece no crânio de bebês, além de uma doença congênita. Pode ser causada tanto por malformação do crânio quanto por outras síndromes ligadas a demais partes do corpo.
O que é?
A Plagiocefalia é um dos tipos de deformidade ou assimetria que pode ocorrer no crânio de bebês. É muito comum que haja confusão entre a Plagiocefalia verdadeira e a Plagiocefalia posicional ou falsa. No caso da verdadeira, é importante ressaltar que é uma doença congênita e aparece desde o nascimento da criança, como resultado de um fechamento precoce de uma sutura craniana ou, em outras palavras, das diversas junções que existem entre os ossos que compõem o crânio.
Além disso, a Plagiocefalia se difere de outras possíveis assimetrias, como a Braquicefalia. Escafocefalia ou Trigonocefalia, principalmente pelo formato que deixa na cabeça do bebê. Na Plagiocefalia, é possível notar um achatamento em apenas um dos lados da cabeça, formando uma espécie de paralelogramo.
Também chamada de Craniossinostose, o tratamento cirúrgico é indispensável e, assim como o diagnóstico, deve ser realizado o quanto antes para evitar maiores complicações – que podem envolver risco de hipertensão intracraniana, sofrimento cerebral e até alterações oftalmológicas.
Quais as causas?
Como já explicado, diferente da Plagiocefalia posicional ou falsa, a Plagiocefalia verdadeira é uma doença congênita e acontece antes mesmo do bebê nascer.
Nosso crânio é formado a partir de uma interposição óssea que acontece ao longo das chamadas “linhas de sutura”. Na Plagiocefalia, essas linhas se fecham antes da hora atrapalhando o crescimento do crânio e resultando em uma deformidade. Esse efeito pode acontecer tanto na parte anterior do crânio, na sutura coronária unilateral, quanto na parte posterior, quando ocorre o fechamento da sutura lambdoide unilateral. No último caso, quando as linhas de sutura posteriores se fecham, é possível notar um desalinhamento nas orelhas da criança.
A Plagiocefalia pode ser causada por uma síndrome relacionada a outras regiões do corpo, como coração, rins, ossos ou músculos, ou ainda à, simplesmente, malformação do crânio.
Como é possível perceber?
Por se tratar de uma deformidade visível, não é tão difícil perceber a Plagiocefalia. Normalmente, é possível notar uma forma de paralelogramo ao observar a cabeça da criança pela parte posterior e, em alguns casos, é possível que as orelhas também estejam desalinhadas, se encontrando em alturas ou posições diferentes.
Apesar disso, pode acontecer de a pressão durante o parto ou mesmo intrauterina acabar mudando o formato da cabeça do bebê e dificultando que se perceba logo no primeiro momento alguma alteração. Por isso, é necessário que haja acompanhamento do médico pediatra e também que os próprios pais fiquem sempre em alerta, principalmente nos primeiros 60 dias após o nascimento da criança.
Modificações cranianas e faciais da plagiocefalia
A plagiocefalia verdadeira, que corresponde ao fechamento precoce das estruturas cranianas ainda em período pré-natal, confere significativas deformidades na cabeça e na face. O aspecto do crânio e do rosto, nesse caso, é totalmente assimétrico.
De forma geral, a condição se apresenta sob três dimensões distintas. A primeira compreende um desvio na base do crânio. Durante o exame clínico é possível identificar posições discrepantes entre as duas orelhas. Sendo comum a assimetria apontar uma mais alta do que a outra.
Já a segunda deformidade proveniente da plagiocefalia, se diz respeito ao desvio da raiz nasal, que pode estar voltada para o lado acometido pela deformidade. Enquanto o terceiro corresponde à ponta nasal acompanhando o eixo rotacional da base craniana.
O rosto do paciente pode apresentar algumas particularidades inerentes ao tipo de plagiocefalia verdadeira. Geralmente encontra-se uma bossa contralateral compensatória na região fronto-parietal (testa e parte superior da cabeça). Há ainda um desalinhamento entre os dois olhos e sobrancelha mais alta do que a outra. A região do maxilar e do osso zigomático também podem se postar mais à frente em relação ao lado acometido pela sinostose (união completa de dois ossos por ossificação da zona fibrosa ou cartilaginosa que os separa).
A deformidade da plagiocefalia, portanto, causa sérias modificações por todo crânio e face do bebê.
Diagnóstico
É muito importante que o diagnóstico seja sempre feito com a ajuda de um neurocirurgião pediátrico especialista em assimetria craniana, que geralmente é indicado pelo próprio médico pediatra da criança. Na suspeita da Plagiocefalia, o médico pediatra encaminhará o bebê ao especialista, que cuidará de fazer um escaneamento do crânio a fim de tirar todas as suas medidas exatas para um diagnóstico detalhado e, se necessário, dar início ao tratamento.
Exames como raio-x e tomografia podem da mesma forma serem muito úteis durante o diagnóstico.
Tratamento
São muitos os riscos que envolvem a Plagiocefalia e por isso, na maioria dos casos, o neurocirurgião pediátrico especialista em assimetria craniana recomendará que a cirurgia seja executada o mais rápido possível. A cirurgia costuma apresentar melhores resultados quando realizada até o 1º ano de vida da criança, além de se tratar de um procedimento muito eficiente e seguro desde que realizado por um profissional adequado.
A duração do procedimento pode variar entre 2 e 6 horas e a recuperação costuma ser bem tranquila, podendo haver necessidade de reoperar apenas em casos mais complicados e raros. Após a cirurgia, é importante que a criança continue visitando os médicos responsáveis pelo caso regularmente.