O formato craniano de um recém-nascido depende de uma série de fatores seja ele constitucional da criança, sejam eles fatores externos influenciando o formato da cabecinha.
Dentre os fatores constitucionais/genéticos devemos considerar os antecedentes familiares e o formato craniano dos pais e familiares próximos principalmente através de fotos antigas da época do nascimento dos mesmos. Eventualmente encontramos padrões familiares que justificam algumas deformidades cranianas principalmente com formatos de crânios mais alongados parecidos com a escafocefalia ou eventualmente bem arredondados com aumento do diâmetro látero-lateral como encontrados na braquicefalia.
O tipo de parto influencia bastante o formato craniano principalmente no período neonatal. Durante o parto normal há o “encavalamento” das placas ósseas cranianas com o intuito de diminuir o diâmetro craniano e facilitar sua passagem pelo canal vaginal. O tempo de duração do trabalho de parto também influencia bastante podendo para partos mais demorados a criança apresentar um abaulamento posterior podendo ser uma bossa sero-sanguínea ou menos comumente um cefalohematoma. Posicionamento fetal e placentário intra-uterino, e gemelaridade são também fatores que podem influenciar deformidades cranianas principalmente deformidades assimétricas simulando uma plagiocefalia.
Recentemente atendi duas crianças com características muito parecidas com escafocefalia com crânio bastante alongado, inclusive confundindo um neurocirurgião não pediátrico. Após a minuciosa investigação pudemos identificar um importante fator genético familiar simulando bastante uma escafocefalia. Uma importante diferença nestes casos é a patência de todas as suturas cranianas descaracterizando uma cranioestenose. Na dúvida, venha nos conhecer.