Já conversamos sobre cranioestenose anteriormente, mas o que um neurocirurgião avalia para realizar o diagnóstico?
Avaliação geral
Olhamos de maneira geral o formato do crânio, as diferentes proporções da testa, do comprimento, largura e altura do crânio. Um melhor panorama é feito visualizando-se a cabecinha dos diferentes pontos de vista (de cima, do lado esquerdo, do lado direito, de frente e de trás). Após isso, buscamos fazer medidas dos diferentes diâmetros cranianos e circunferência craniana buscando avaliar as relações de proporcionalidade. A avaliação do comportamento do crescimento craniano na curva do perímetro cefálico também auxilia a tomada de decisões.
Avaliação segmentar
A seguir avaliados as alturas das orelhinhas, o tamanho dos globos oculares e cavidade orbitária, a presença de espículas ou protuberâncias ósseas, o posicionamento das sobrancelhas, o formato do palato, o alinhamento do nariz, o local de implantação do cabelo, eventuais desvios de posicionamento do polo cefálico em relação ao pescoço e tronco, a presença de fontanela e a palpação das suturas cranianas, dentre outras.
Algumas vezes estes marcadores cranio-faciais são mais evidentes desde o nascimento, porém, em algumas crianças pouco se observa ao nascimento, ficando mais facilmente evidente com o passar dos dias e com a progressão do crescimento craniano. Vale a ressalva que pequenas alterações em geral são encontradas pela própria presença de assimetrias cranio-faciais nos indivíduos. Nestes casos, o seguimento auxiliará eventuais correções se necessárias. Alterações de morfologia como cabecinha mais alongada ou mais arredondada também podem ter natureza constitucional muitas vezes simulando de maneira importante o diagnóstico de cranioestenose.
Os exames de imagem são então solicitados dependendo dos achados ao exame clínico, visando muitas vezes afastar o diagnóstico de uma cranioestenose e em alguns casos, para confirmação e tratamento específico.