Conheça mais sobre a plagiocefalia posicional, deformação no crânio que pode acometer bebês tanto no período pré-natal, quanto depois do nascimento. Saiba como evitar o problema e como tratá-lo.
O que é
A plagiocefalia posicional é a má formação que ocorre durante o crescimento do crânio de um bebê. Isso se deve, sobretudo, ao fato do apoio excessivo de uma parte específica da cabeça, ainda na fase de desenvolvimento craniano.
Inclusive, a assimetria pode ocorrer antes mesmo de a criança nascer. No período pré-natal, o feto que se encontra em uma má posição intrauterina, pode ser acometido pela deformidade.
Apesar de ser uma condição consternadora para os pais, a plagiocefalia posicional é muito fácil de ser tratada. Apenas 3% das crianças acometidas pela má formação precisam passar por algum tipo de procedimento cirúrgico.
Muito mais complexa é a rara craniostenose, que consiste no fechamento precoce das placas cranianas dos bebês. Para essas condições, a intervenção cirúrgica é inevitável.
Quais as causas
Todas as causas para a plagiocefalia posicional estão associadas diretamente ao apoio viciado. Ou seja, quando um lado específico da cabeça está sendo constantemente pressionado, mesmo sobre superfícies macias. De modo geral, a região mais apoiada tem seu crescimento estagnado, enquanto as demais partes do crânio aumentam desmedidamente, desencadeando uma progressiva assimetria na cabeça.
O torcicolo congênito também é uma das principais causas para a plagiocefalia posicional. Essa patologia ortopédica faz com que o pescoço do bebê já nasça virado, limitando sua mobilidade. Consequentemente, por ter predileção em virar a cabeça a apenas um lado, a criança desenvolve assimetria craniana.
Porém, em alguns casos, o problema se origina ainda no útero da mãe. Segundo pesquisa realizada na Harvard Medical School, 12% dos bebês saudáveis já nascem com algum tipo de deformidade no crânio. O dado é ainda mais alarmante para a gestação gemalar. O mesmo estudo divulgou que cerca de 54% dos gêmeos nascem com esse tipo de desigualdade no perímetro cefálico.
A baixa produção de líquido amniótico, chamado também de oligo-hidrâmnio, e complicações durante o parto também podem acarretar em má formação craniana, bem como complicações na hora do parto.
Qual o grupo de risco?
Todas as crianças de até dois anos, se posicionadas de forma errada, estarão sujeitas a desenvolverem a condição. Porém, bebês que nasceram de parto normal estão mais suscetíveis a serem acometidos pelo perímetro cefálico assimétrico. Isso por que o canal vaginal é estreito, fazendo por vezes com que a cabeça da criança seja comprimida. Contudo, é válido ressaltar que isso ocorre em casos isolados e, portanto, não é uma regra para quem se submete ao parto normal.
Sintomas
Além do prejuízo estético que a plagiocefalia posicional propicia para o bebê - evidenciado pelo desalinhamento das orelhas, olhos e formato da cabeça - a condição também permite significativos desajustes na arcada dentária como, por exemplo, no fechamento na mandíbula.
Diagnóstico
A constatação do problema é feita no próprio consultório do neurocirurgião pediátrico. Geralmente o bebê, nas primeiras semanas de vida, passa por uma bateria de exames. Inclui-se ainda a medição do peso, altura e do perímetro cefálico. É nesse último exame clínico que será notada a condição. Se as dúvidas persistirem, o exame por radiografia poderá dirimir qualquer incerteza.
Todavia, a avaliação da cabeça pode ser feita pelos próprios pais da criança. Basta olhá-lo do topo da cabeça para verificar se o alinhamento das orelhas está correto. Além disso, recomenda-se que os responsáveis chequem também a criança de frente e de perfil. Dessa forma poderá ser constatada se o bebê apresenta alguma irregularidade na formação craniana.
Tratamento
Após a identificação do problema nos primeiros meses, o neurocirurgião pediátrico será incumbido de realizar o tratamento adequado. Ou seja, é necessário que o crescimento da proeminência seja contido, enquanto a região achatada deve ser estimulada a crescer.
De modo geral, a utilização do capacete craniano se fará necessária. Esse aparelho de correção contribui para que o crânio da criança retome a uniformidade. Inclusive, a previsão de uso do capacete para plagiocefalia varia de 3 a 5 meses de uso ininterrupto, principalmente durante o sono do bebê.
Sendo assim, com raras exceções, o prognóstico de quem usa capacete craniano para plagiocefalia indicada pelo neurocirurgião pediátrico é bastante otimista, já que o capacete consegue reverter com êxito o quadro de plagiocefalia.
Lembrando que depois de 24 meses, o quadro de deformidade é irreversível, e a assimetria poderá acompanhar a criança pelo resto da vida.
Prevenção
Mesmo que o bebê não tenha nascido com deformidade, isso não o redime de desenvolver a má formação já nos primeiros meses de vida. No entanto, com a prevenção dos pais, o problema poderá ser evitado.
Os responsáveis deverão se atentar ao posicionamento da criança, evitando que ela permaneça imóvel em apenas um lado da cabeça. Seja durante o sono, ou até mesmo durante a mamada, a criança deverá sempre permanecer bem posicionada, impedindo que haja pressão duradoura por qualquer região da cabeça.
É fundamental que a criança passe por um acompanhamento médico, dado por um neurocirurgião pediátrico de confiança. Ele dará todas as instruções corretas de prevenção, e constará se o recém nascido sofre de qualquer outra deformidade como plagiocefalia anterior, plagiocefalia posterior, trigonocefalia, escafocefalia e braquicefalia.