A estenose do aqueduto é uma desordem que bloqueia a passagem do líquido cefalorraquidiano pelo cérebro. Isso ocorre por causa da obstrução do ducto mesencefálico durante a formação cerebral do bebê. Os agravantes causados pelo acúmulo do fluído podem evoluir para uma hidrocefalia.
O que é?
A estenose do aqueduto é uma condição que se refere ao estreitamento do canal (ducto mesencefálico) que permite a passagem do líquido cefalorraquidiano. Esse fluído cerebral, por sua vez, é responsável por propiciar a depuração de metabólitos e substâncias do cérebro e também tem a função de proteger o encéfalo e a medula espinhal contra impactos e choques na região.
Quando há o bloqueio do ducto, o fluído é impedido de circular e, portanto, se acumula. Em detrimento disso, o recém-nascido está suscetível a uma série de agravamentos no seu desenvolvimento cerebral e craniano. Essa desordem no aqueduto cerebral, ou ducto mesencefálico, possibilita o surgimento da hidrocefalia obstrutiva.
Causas
A estenose do aqueduto pode se originar a partir de vários fatores. Em alguns casos, o canal é naturalmente estreito, possibilitando assim o bloqueio do líquido cefalorraquidiano sendo assim uma estenose congênita.
Existem também as estenoses de aqueducto secundárias como por exemplo a presença de tumoração na porção central do cérebro, causando compressão do ducto mesencefálico. Isso é ainda mais evidente quando o tumor começa a crescer e se expandir, impedindo a passagem do fluído.
A rara síndrome de Brickers-Adam-Edwards, conhecida como "hidrocefalia ligada ao X", também pode causar desordem, sobretudo no que concerne à integridade do ducto mesencefálico. Essa mutação genética é transmitida de forma hereditária. Ela acomete recém-nascidos do sexo masculino que, ao nascer, apresentam graves graus de hidrocefalia e até déficits intelectuais.
Por fim, a meningite bacteriana também tem ligação com o bloqueio do aqueduto e, portanto, do surgimento de hidrocefalia adquirida.
Sintomas
Os sintomas da estenose de aqueduto estão associados aos da hidrocefalia. São eles:
- Dor de cabeça causada pela pressão intracraniana;
- Náuseas e vômitos;
- Dificuldade cognitiva e atraso no desenvolvimento motor e neurológico da criança;
- Convulsão;
- Dificuldade no equilíbrio e na marcha;
- Problemas visuais;
- Incontinência;
- Tremores.
Diagnóstico
Exames de imagens são os mais indicados para a identificação dessa e de outras doenças neurológicas. A tomografia computadorizada, por exemplo, é capaz de apontar supostos alargamentos nos ventrículos, o que indicaria uma obstrução no ducto mesencefálico responsável pela fluidez do líquido cefalorraquidiano.
Porém, nada é mais eficiente para o diagnóstico de doenças neurológicas do que a ressonância magnética, principalmente para a identificação da estenose do aqueduto. Com esse exame é possível apontar a desordem, bem como sua origem. Tumores no cérebro, responsáveis pela compressão do aqueduto, também podem ser identificados.
Além do mais, a ressonância magnética pode indicar a extensão da obstrução, contribuindo para a determinação do tratamento mais adequado.
O fluxo de líquido cefalorraquidiano, ou a ausência dele, pode ser medido por meio de uma sequência de fluxo. Esse método também é amplamente utilizado para a comprovação da doença.
Por fim, ainda no útero da mãe, é possível diagnosticar o problema. Por meio de uma simples ultrassonografia, o estreitamento do duto pode ser identificado com precisão. Inclusive, estudos comprovam que a disfunção pode ser descoberta a partir da 19ª semana de gestação.
Tratamento
A princípio, o tratamento consiste na retirada do líquido acumulado e na redução da pressão intracraniana. Por isso mesmo, métodos de cirurgia pouco invasivos são amplamente utilizados para esses casos.
A realização de endoscopia cerebral e reconexão do fluxo de líquidos no cérebro representa o tratamento principal para estes pacientes. Se falhar ao tratamento com a endoscopia, o implante de um sistema de drenagem interna para o abdome em geral é a solução.