A Macrocefalia se caracteriza pelo aumento anormal do crânio do bebê. Ela pode ou não ter relação com atrasos no desenvolvimento e é diagnosticada por meio das consultas periódicas com o pediatra.
As consultas periódicas com o pediatra são essenciais para acompanhar o desenvolvimento dos bebês e crianças. Alguns exames e testes simples podem indicar a necessidade de uma avaliação mais profunda, como nos casos de Macrocefalia.
O que é?
Em 2015, o Brasil enfrentou um surto de Microcefalia relacionado ao zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A condição, que ficou conhecida em todo o país e também internacionalmente, faz com que os bebês nasçam com a cabeça muito menor que o considerado normal. Como o próprio nome sugere, a Macrocefalia se caracteriza por ser a condição contrária à Microcefalia.
A Macrocefalia ocorre quando há um aumento craniano anormal, maior do que o tamanho padrão indicado para bebês e crianças com o mesmo sexo e idade. A medição do crânio é um dos indicadores mais importantes para detectar a condição.
É comum nas consultas pediátricas que o crânio do bebê seja medido, já desde os primeiros meses de vida. Esse procedimento é chamado de medição do perímetro cefálico (PC). Em geral, o PC cresce dois centímetros por mês nos três primeiros meses de vida, um centímetro até os seis meses e meio centímetro até os 24 meses (dois anos de vida).
Quais as causas?
Como há uma variação significativa dos portadores de Macrocefalia, a origem da condição não é completamente clara, mas existem alguns indicadores.
Uma das causas considerada é a genética. Por esse fator, nesses casos ela é conhecida como Macrocefalia familiar benigna.
Algumas síndromes genéticas, como de Morquio ou de Hurler, também estão associadas ao desenvolvimento anormal do crânio, a Macrocefalia.
A Hidrocefalia, que se dá pelo acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano (LCR), também está associada à alguns casos de Macrocefalia. O aumento de LCR (que também pode estar ligado a dificuldades de reabsorção do líquido) acaba refletindo no tamanho do crânio do bebê.
Outras causas para a condição são os tumores cerebrais e hematomas crônicos, assim como a Doença de Canavan.
Os casos de Macrocefalia com causa genética ou sindrômica são chamados de Macrocefalia primária; já os que o provém de outras doenças ficaram conhecidos como casos de Macrocefalia secundária.
Sintomas e Diagnóstico
Alguns casos já podem ser detectados no período pré-natal pelos exames de ultrassom. Outros são identificados no decorrer das consultas pediátricas acompanhando o gráfico das medições realizadas a cada visita, onde o pediatra utiliza uma fita métrica para realizar as medições.
Se houver alguma alteração na curva de crescimento, o paciente deve ser encaminhado para um neurocirurgião pediátrico para uma avaliação mais detalhada.
Por meio de tomografias computadorizadas, radiografias ou ressonâncias magnéticas, o especialista pode diagnosticar com maior precisão o caso, detectando sua origem.
Aqui vale ressaltar os dois casos de Macrocefalia. Os benignos não afetam as condições neurológicas – desenvolvimento psicomotor – da criança e representam cerca de metade dos casos. Nessas condições, o paciente cresce normalmente, sem nenhum dano intelectual.
Já nos casos de Macrocefalia patológica ocorre um atraso no desenvolvimento psicomotor e danos intelectuais. Além do sintoma comum aos dois casos, o crescimento anormal do crânio, quem possui a Macrocefalia patológica pode apresentar outros sintomas, como vômitos, convulsões, dificuldades no desenvolvimento considerado normal para a idade e movimentos estranhos com os olhos.
Tratamentos
A Macrocefalia não possui tratamentos específicos. Tudo vai depender das causas da condição e se ela está ligada a outras doenças.
Em geral, nos casos com progressão lenta e quase, ou totalmente, assintomática, o médico realiza acompanhamento constante para acompanhar o caso e controlar possíveis sintomas futuros. Nessas situações, o prognóstico é bastante positivo para o bebê e sua evolução é favorável.
Se a Macrocefalia estiver ligada a Hidrocefalia ou tumores, provavelmente o neurocirurgião pediátrico encaminhará o paciente para a cirurgia. Pela localização e faixa etária, o procedimento costuma ser bem delicado, com recuperação lenta.
Caso a Macrocefalia esteja relacionada à outra doença ou síndrome, é necessário avaliar diretamente com o especialista para entender a condição que resultou no aumento anormal do perímetro cefálico.
A maioria dos casos em que ocorreu atraso no desenvolvimento psicomotor é encaminhada para um conjunto de tratamentos, que pode contar com fisioterapia, fonoaudiologia, tratamento ortopédico, além de medicações constantes, como as utilizadas para evitar convulsões.